Magma 5 - 1998
Produzir uma revista voltada para a pós-graduação, feita por pós-graduandos, implica, dentre outros, o problema de, a cada número, a equipe sofrer fluxos e refluxos em decorrência dos prazos e dos deveres a que esta fase da vida acadêmica obriga, com uma reciclagem da equipe muito mais rápida do que se gostaria. De algum modo, todavia, seus membros não se desvinculam por completo. Nesta Magma 5, Nelson Luís Barbosa, nosso companheiro no último número, fez a revisão, e Miriam Brenner, responsável nos números 3 e 4 pela seção de criação, tem aqui reproduzido um dos poemas que deram a ela a chance de dividir o primeiro lugar no Prêmio Nascente de Poesia de 1997.
A seção Ensaios, que normalmente é a mais visada para publicação, encontrou neste número dificuldade para preencher em tempo folgado o seu espaço (normalmente, seis ensaios), tendo faltado material com grau suficiente de acabamento para ser enviado aos pareceristas; finalmente obtivemos seleção satisfatória para publicação. Em vista disso, aproveitamos para pedir aos nossos colegas que quiserem publicar na revista que enviem seus textos para apreciação; a leitura crítica é feita pelos professores do Departamento afinados com a linha de pesquisa apresentada no ensaio do colaborador.
Os dois maiores prosadores brasileiros - canônicos, para usar expressão problematizadora de Lígia Chiappini na entrevista aqui concedida -, Guimarães Rosa e Machado de Assis, coincidentemente são os autores mais destacados da seção Ensaios (dois estudos cada um), e sendo que num dos textos, o autor se detém em comparação de aspectos do Grande Sertão com a Montanha Mágica, de Thomas Mann. O curso sobre Os Sertões, de Euclides da Cunha, ministrado no primeiro semestre de 1997 no DTLL, forneceu o texto sobre Canudos. Em meio a esse panteão quase exclusivamente brasileiro, figura também um deus francês, Marcel Proust.
A seção Evento, por sua vez, aproveitou a vinda de Lígia Chiappini Moraes Leite ao Brasil em março deste ano para fisgá-la. Atualmente dando aulas na Universidade Livre de Berlim, Lígia concedeu uma entrevista na qual - reclamando o e do fragmentário ("assumir o fragmentário na verdade é assumir as limitações da gente") - o leitor pode juntar as partes de seu constante, intenso e multifacetado trabalho em prol da literatura e do ensino desta nos diferentes graus escolares.
Em Tradução, dois escritores importantíssimos e distantes, espacial e culturalmente, têm trechos de seus trabalhos apresentados ao leitor de Magma: o escritor egípcio Alfred Faraj, com o conto "A história desconhecida de Sinbád, o Marujo", e o pensador indiano Aijaz Ahmad, cujo livro sobre crítica literária, do qual este texto é parte, está para ser lançado aqui pela editora Vozes. Afinal, nem tão distantes assim culturalmente, já que, como se verá nos trechos reproduzidos e nos respectivos textos de apresentação, esses escritores mantêm com a tradição cultural do Ocidente diálogo vitalizador.
Download da Revista
Evento
Entrevista com Lígia Chiappini Moraes Leite
Ensaios
A descoberta do mundo
Ana Paula Pacheco
Proximidade e distância: o onde de Guimarães Rosa e Thomas Mann
Paulo Astor Soethe
Ser e desejar ser: espirais entrelaçadas em "Um Homem Célebre", de Machado de Assis
Maria Lucia Homem
De luz e de sombras: uma análise de "O Enfermeiro", de Machado de Assis
Tércio Redondo
Canudos para hoje (Níveis de leitura implícitos em Os Sertões)
Patricia Horta
Os campanários de Martinville: construção, tempo e metáfora em Em Busca do Tempo Perdido
Raquel de Almeida Prado
Tradução
"Literatura Indiana": notas para a definição de uma categoria - de Aijaz Ahmad
Tradução de Edu Teruki Otsuka
Comentários de Maria Elisa Cevasco
A história desconhecida de Sinbád, O Marujo - de Alfred Faraj
Tradução e apresentação de Safa Alferd Abou Chahla Jubran e Mamede
Mustafa Jarouche
Criação
Tudo sobre pés (A teus pés); Verão na Sala
Lúcia Leal Ferreira
Guignol
Adalberto Luís de Oliveira
Primeiro De-Grau
Fernando dos Santos Andrade
Intermezzo
Miriam Brenner
Informes
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